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Meta compra Manus AI: o movimento que muda a corrida dos Agentes de IA em 2026

Alexandre Guimarães
Meta compra Manus AI
Imagem de capa: Meta compra Manus AI: o movimento que muda a corrida dos Agentes de IA em 2026
Meta anuncia compra do Manus AI e acelera a corrida dos agentes de IA. Veja impactos para ChatGPT, Gemini e o que empresas devem fazer agora.

Quando a gente acha que “o ano já acabou”, aparece uma notícia desse tamanho: a Meta anunciou em 29/12/2025 que vai adquirir a Manus, startup por trás de um agente de IA generalista (agentic AI). Os termos financeiros não foram divulgados — e isso, por si só, já diz muito sobre o valor estratégico da jogada.

O que está confirmado (sem hype)

Pelos comunicados reportados na imprensa, os pontos mais objetivos são:

A Meta disse que vai operar e vender o serviço da Manus, além de integrar a tecnologia em produtos de consumo e de negócio, incluindo o Meta AI.

A Manus é baseada em Singapura e é descrita como subsidiária da Beijing Butterfly Effect Technology, com um agente capaz de executar tarefas de pesquisa e automação com pouca orientação (a lógica do “funcionário digital”).

A Manus ganhou atenção por “provar” tarefas publicamente (inclusive no X) e por alegar performance superior ao “DeepResearch” da OpenAI (isso é alegação da empresa, não um veredito neutro).

A empresa vende o agente via assinatura para negócios e, segundo reportagens, chegou a um run rate anual de US$ 125 milhões em 2025.

Agora vem o ponto central: isso não é só “mais uma aquisição”. É a Meta dizendo, em alto e bom som, que a próxima briga não é só por chatbot — é por agentes que executam.

Por que a Meta foi atrás da Manus

Eu enxergo três motivos muito claros:

1) A guerra saiu do “responder bem” para o “fazer por você”

A OpenAI avançou com experiências de agente (pesquisa, automação, controle de ferramentas) e o Google vem acelerando com o ecossistema do Gemini. A Meta, que já tem distribuição absurda (WhatsApp/Instagram/Facebook), precisava dar um salto na camada de execução — e não só na camada de conversa.

A Manus entra justamente aí: agente que pesquisa, planeja e executa tarefas com menos “mão humana”.

2) Monetização mais direta (B2B de verdade)

Chat é ótimo, mas o dinheiro grande aparece quando o agente entra em processo: atendimento, backoffice, marketing, operações, análise, automação.

O fato de a Manus já operar assinatura para times (ex.: planos para equipes) reforça que existe um caminho de monetização mais “plugável” no mundo corporativo.

3) Distribuição + agente = efeito rede

Se a Meta acoplar um agente forte ao Meta AI e descer isso para os produtos (de consumo e negócios), ela encurta o caminho entre descoberta → conversa → ação → compra/solução. E aqui está o incômodo real para o mercado.

O que isso mexe na corrida da IA (OpenAI x Google x Meta)

Na prática, eu vejo a corrida ficando mais “três frentes”:

Modelo (LLM): quem tem o melhor cérebro (capacidade bruta).

Produto: quem entrega UX e confiança.

Distribuição: quem coloca isso no bolso de bilhões de pessoas.

A OpenAI é fortíssima em produto (ChatGPT) e em marca. O Google tem distribuição (Search/Android/Workspace) e está empurrando o Gemini com força. A Meta tem uma distribuição gigantesca em social e mensageria — e, com Manus, tenta acelerar a frente do agente que executa.

E tem um detalhe que eu não ignoro: a Manus já foi um tema geopolítico, com atenção do governo chinês e discussões sobre regulações e investimento. Isso adiciona camada de risco e, ao mesmo tempo, reforça o quanto esse tipo de tecnologia virou ativo estratégico.

O futuro próximo: “agente” vai virar feature padrão

Se eu tivesse que cravar uma frase: 2026 tende a ser o ano em que agentes deixam de ser demo e viram operação. Já venho inclusive falando sobre isso.

Isso impacta diretamente no varejo e omnichannel (meus temas do dia a dia):

Atendimento: agente resolvendo ponta a ponta (status do pedido, troca, reembolso, segunda via, contestação).

E-commerce: agente montando páginas, variações, descrições, kits, FAQs e até testes A/B com base em regras.

Marketing: agente executando rotina (briefing → criação → publicação → acompanhamento → otimização).

Operação: agente batendo pedido x estoque x logística e escalando exceção para humano.

O que muda aqui não é “IA que responde”. É IA que opera.

Estou vendo uma corrida grande dos players, correndo atrás do que a OpenAI estava na frente, o próprio Gemini recentemente lançou sua nova versã que inclusive bateu o ChatGPT e agora se torna uma plataforma MultiModal também. Acompanhe aqui o blog que o próximo conteúdo vai ser esta análise.

Alexandre Guimarães

Especialista em Inteligência Artificial e Transformação Digital

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