
“Um bom framework não limita a criatividade. Ele direciona a inteligência.”
Na primeira parte desta série, eu comentei que não dá pra o output ser bom se o input é ruim — e que frameworks como o C.E.R.T.O ajudam a transformar ideias soltas em prompts claros, estratégicos e com resultados consistentes. Agora, chegou a hora de irmos um pouco mais fundo.
Importante: se você não leu a primeira parte, então ACESSE AQUI e depois você volta. Vamos entender como funcionam outros frameworks, quando usar cada um e, principalmente, como combinar estruturas para criar prompts ainda mais poderosos.
Por que dominar frameworks é dominar o diálogo com a IA
Engana-se quem pensa que dominar prompts é apenas “saber pedir direito”. Na prática, dominar frameworks é dominar a forma como você conversa com a Inteligência Artificial.
Um framework é como um mapa mental — ele organiza o raciocínio, define prioridades e guia o modelo para interpretar corretamente o que você quer dizer. Pense comigo: se o prompt é a conversa, o framework é o roteiro. É ele que garante que você e a IA falem a mesma língua.
“Sem estrutura, o prompt vira ruído. Com estrutura, ele vira direção.”
E cada framework tem seu propósito. Alguns são perfeitos para criar conteúdo, outros ajudam a resolver problemas lógicos ou guiar decisões de negócio. O segredo está em saber qual usar — e quando.
Entendendo os frameworks mais usados
Aqui, vamos revisar e aprofundar os principais frameworks que ajudam você a se comunicar melhor com a IA — do mais simples ao mais estratégico.

Quando e como usar cada framework
C.E.R.T.O
O método que apresentei na primeira parte continua sendo a base mais sólida para quem quer estruturar prompts complexos. Ele é perfeito quando você precisa de clareza total — seja para criar um assistente, gerar um conteúdo extenso ou pedir uma análise estratégica. O C.E.R.T.O cria prompts que a IA entende de ponta a ponta: quem você é, o que quer, como quer e com quais limitações.
“Quando você escreve com C.E.R.T.O, o output vem certo.”
P.R.O.M.P.T
Esse é um dos frameworks mais populares e intuitivos — é interessante para criação de roteiros, planos ou ideias criativas. Ele te obriga a pensar em propósito, papel e formato da resposta. Ideal para quem está desenvolvendo prompts de storytelling, planejamento de conteúdo ou criação de campanhas.
Dica prática: Use o P.R.O.M.P.T quando quiser que a IA escreva “com emoção”, mas dentro de um formato definido. Este também já abordamos no primeiro conteúdo da série.
5W1H
Simples, direto e funcional. O 5W1H funciona como uma etapa de briefing — ele te ajuda a garantir que nada importante ficou de fora antes de mandar o prompt final. Use esse framework como aquecimento, para preparar o raciocínio antes de montar o prompt com o C.E.R.T.O.
📋 Dica: Sempre que sentir que o prompt está vago, passe ele pelo 5W1H. Pergunte “quem, o quê, quando, onde, por quê e como”. Você vai se surpreender com o quanto isso melhora a clareza do seu pedido.
CoT (Chain of Thought)
Esse framework é o que eu chamo de modo pensamento em voz alta. Ele estimula a IA a mostrar o raciocínio antes da resposta, o que gera resultados muito mais precisos — principalmente quando o assunto envolve análise, decisão ou lógica.
Uso muito o CoT quando quero entender o porquê de uma resposta. Ao instruir a IA a pensar passo a passo, eu ganho profundidade e evito respostas superficiais.
“Quando você ensina a IA a pensar antes de falar, ela se torna um parceiro estratégico — não um papagaio digital.”
Frameworks emergentes: COSTAR e REACT
Lá no final do primeiro post, prometi que ia trazer frameworks mais recentes que estão surgindo no mundo da IA — então bora cumprir a promessa 😄
Esses dois modelos vêm ganhando espaço, principalmente em contextos corporativos e em criação de agentes autônomos de IA.
COSTAR
O COSTAR vem de Context, Objective, Style, Tone, Audience, Response. É excelente para prompts que envolvem análise de negócio, posicionamento e decisão estratégica. O diferencial dele está em combinar elementos de contexto e público com o tom e estilo da resposta — o que é ótimo para quem quer consistência na comunicação.
Exemplo prático:
“Com base no contexto de um e-commerce de moda sustentável, gere uma recomendação estratégica de IA para melhorar a experiência do cliente, considerando estilo da marca, público e tom de voz.”
Percebe? O COSTAR é quase um “C.E.R.T.O corporativo”, voltado à tomada de decisão com inteligência contextual.
REACT
O REACT (Reason + Act) é um framework experimental e extremamente útil em agentes de IA que precisam agir e aprender em tempo real. Ele orienta a IA a raciocinar primeiro (“Reason”) e depois executar a ação (“Act”). É o tipo de framework usado em sistemas autônomos, bots de atendimento e agentes que interagem com múltiplas fontes de dados.
Exemplo simples:
“Analise as métricas de engajamento de uma campanha e, com base nas conclusões, proponha a próxima ação de otimização.”
Ou seja: primeiro a IA pensa, depois decide e age.
Combinações inteligentes — frameworks híbridos
Nem sempre um framework sozinho resolve tudo. O verdadeiro domínio acontece quando você combina frameworks de forma estratégica. Aqui vão algumas ideias:
C.E.R.T.O + CoT: quando quero prompts com lógica detalhada e explicação passo a passo.
P.R.O.M.P.T + 5W1H: perfeito para planejar conteúdos, posts ou roteiros de palestra.
C.E.R.T.O + COSTAR: ótimo para prompts voltados a planejamento e comunicação estratégica.
C.E.R.T.O + REACT: ideal para criar agentes de IA que aprendem e reagem de forma dinâmica.
“O poder não está em seguir um framework à risca, mas em saber combiná-los com propósito.”
Aplicações reais no dia a dia
No meu trabalho com empresas em workshops e palestras, vejo frameworks sendo aplicados nas mais diversas áreas:
Varejo: prompts estruturados para prever demanda e personalizar atendimento.
Marketing: geração de campanhas e conteúdo com voz de marca consistente.
Transformação digital: design de agentes de IA com base em frameworks combinados.
Inovação: uso de frameworks para guiar brainstorms de IA e acelerar ideação.
“Frameworks são o GPS da Inteligência Artificial. Quando você domina o caminho, o destino deixa de ser sorte — e vira estratégia.”
E o próximo passo?
Na próxima parte da série, vamos falar sobre algo que separa os curiosos dos especialistas: refinamento e iteração de prompts. Como testar, ajustar e calibrar suas instruções até atingir resultados de alto nível.
“Não é sobre acertar de primeira. É sobre saber aprimorar até que a IA entregue o que você realmente quer.”
Alexandre Guimarães
Especialista em Inteligência Artificial e Transformação Digital
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